http://www.advogadosplenos.com.br
Seu IP: 3.141.100.120

Advogados Plenos

Sexta, 19 de Abril de 2024

» Informe Jurídico

Notícia de 26/01/2004
Parada dos 450 anos de SP atrai 1 milhão à 23 de Maio
da Folha de S.Paulo

A avenida 23 de Maio foi neste domingo um retrato das diversas cidades que existem na São Paulo dos 450 anos. A dos skatistas da periferia. A capital da beleza. A metrópole onde é possível encontrar comida de todo o mundo. A cidade das filas e do caos ordenado.

A parada do aniversário começou por volta das 10h, como uma festa de uma cidade do interior --com poucas pessoas--, mas, às 16h, os organizadores já falavam em 1 milhão de pessoas na avenida, onde fez sol a maior parte do tempo. O número foi, mais tarde, confirmado pela Polícia Militar.

O evento foi o maior da comemoração popular dos 450 anos. Superou, por exemplo, a última Parada Gay, que reuniu 800 mil pessoas em 2003. Mas, mesmo as enormes filas para a Estação Boca Livre (de onde era possível falar pelo celular, por três minutos para qualquer lugar do Brasil) e para pegar os brindes distribuídos pelo Banco do Brasil andavam com organização e sem tumulto.

"Eu arrisco dizer que é a parada mais organizada que já se fez no Brasil", afirmou o fotógrafo Claudio Edinger, 51, que estava tirando fotos para um livro sobre os 450 anos da cidade.

"A síntese de São Paulo está expressa na 23 de Maio", disse Celso Marcondes, presidente da comissão organizadora dos eventos e da Anhembi (empresa municipal de turismo), pouco antes de a parada sair, rumo ao vale do Anhangabaú.

E, realmente, praticar yoga clássica ao som da música "Ana Júlia" ou de rocks até mais pesados e se alongar de calça jeans parece só ser possível em São Paulo.

"São Pedro cumpriu o acordo com São Paulo", disse ainda Marcondes.

Mais tarde, no entanto, a chuva começou --por volta das 16h30, quando a prefeita Marta Suplicy (PT) e a cantora Daniela Mercury chegaram.

"Viva São Paulo, a maior cidade do Brasil", gritou Marta do trio elétrico principal. "Viva a locomotiva do Brasil." Mercury cantarolou o hino dos 450 anos, composto por Zé Rodrix, e depois um de seus sucessos, "Canto da Cidade". Os carros seguiram então para o vale, onde Rita Lee e convidados fazem o show de encerramento.

Ao lado do ministro da Casa Civil, José Dirceu, Marta fez questão de chamar a atenção do público para uma faixa de catadores de lixo de uma cooperativa, que fazia referência à sua principal bandeira de campanha, os CEUs (Centros de Educação Unificados).

Passeio

"Há 50 anos eu estava no vale do Anhangabaú, vendo o desfile", disse Geraldo de Nicolai, 67. Pela manhã, foi um dos primeiros a encostar no palco principal, na altura da saída da r. Vergueiro. Logo dançava de rosto colado com a namorada, Vilma Sebenstyen, 64.

Um pequeno grupo viu a banda do Exército abrir o evento no palco, tocando o hino nacional e os hinos da cidade --"Sampa", de Caetano, mais uma vez.

Durante o evento, o público se concentrou nas duas pistas da avenida, entre o Centro Cultural e o viaduto Tutóia. Famílias inteiras caminhavam pela avenida da zona sul de São Paulo, com crianças, cachorros e carrinhos de bebê. Nas mãos, muitos carregavam câmeras de fotografia e de filmar, para registrar o momento.

Do lado direito, no sentido Anhangabaú, concentravam-se os 31 trios elétricos representando as subprefeituras, ou todas as regiões da cidade. Neles, 93 bandas tocaram de tudo, sem grandes interferências de um som no outro.

Do outro lado, nas 12 Estações Vivas, cerca de mil pessoas cortaram o cabelo, 300 se maquiaram e 200 fizeram tatuagens de hena gratuitamente; mais de 2.000 pessoas fizeram ioga, massagem, e aulas de dança e alongamento; quase 60 mil cartões-postais foram enviados; mais de 6.000 pessoas ligaram de 32 celulares; 720 caricaturas foram feitas, e 3.500 gibis foram distribuídos.

Segundo a Polícia Militar, não houve nenhuma ocorrência grave. Apenas um roubo de carteira foi registrado, disse o subcomandante do policiamento da avenida, tenente Adriano Gama. Mais de mil homens da PM faziam o policiamento do evento.

Até o início da tarde, o serviço médico havia registrado apenas um caso de fratura, de um menino que andava de skate, e uma convulsão.

Quando a parada saiu, ficaram para trás milhares de papéis picados --300 kg de pequenos quadrados com a história dos bairros e de lugares da cidade foram jogados na avenida. Havia também mensagens esperançosas para o paulistanos, como a da escritora Cecília Meireles: "a vida só é possível reinventada."
Por Rafael Andrade às 14h04

 
Login:
Senha:

Resolução mínima de 800x600 - Powered by: Arthur Stanev
© Copyright 2003 - 2004. Advogados Plenos.
 
» Informe Jurídico «